"Por cá, tudo igual" - Eleições Legislativas (texto de opiniao)

Passou um ano, mas por cá [em Santa Catarina da Serra e Chainça] tudo na mesma.

Imagem: "Por cá, tudo igual" - Eleições Legislativas (texto de opiniao)

Passou um ano, mas por cá tudo na mesma. A vitória foi para a AD, que conseguiu 56,54% dos votos dos santacaterinenses, à semelhança do que aconteceu o ano passado (56,50%). Em segundo lugar, manteve-se o Chega, com pouco mais de 20% dos votos, e em terceiro o PS, com menos de 7% dos votos, também com apenas uma ligeira variação decimal relativamente ao ano transato. No conselho de Leiria não foi muito diferente: 40,23% dos votos para a AD, tendo o Chega conseguido 20,92% dos votos e o PS 17,02%. A IL conseguiu 7,43% dos votos, mantendo-se a votação nos demais partidos muito pouco expressiva. Em comparação com as eleições do ano passado, muda pouco no concelho, tendo, no essencial, o PS e o Chega trocado de posição. 


Já no distrito de Leiria, em 3 concelhos o PS deixou de ser a força mais votada, tendo o Chega assumido esse lugar e a AD mantido sensivelmente a mesma votação. São eles os concelhos da Marinha Grande, da Nazaré e de Peniche. Tudo sumado, no distrito de Leiria o Chega trocou de posição com o PS, tendo-se tornado na segunda força política mais votada, o que resultou na atribuição de 5 mandatos à AD, de 3 ao Chega e de 2 ao PS (em 2024, o PS havia conseguido 3 mandatos e o Chega 2). 


De igual modo, a nível nacional o Chega tornou-se na segunda força política mais votada, o que, em princípio, será confirmado em poucos dias, quando forem conhecidos resultados dos votos da emigração, que têm favorecido a atribuição de mandatos ao Chega.



Seguem-se tempos de reflexão. Para onde queremos ir coletivamente (se a algum lado)? Cada um deverá fazer o seu juízo. O meu é o de que estas legislativas são um sintoma claro da ausência de verdadeira massa crítica que se faz sentir país fora: quando falta a partilha e discussão de ideias, quando nos jardins e nos cafés não se discute o nosso destino coletivo, quando a cultura não é utilizada como meio de promoção da discussão, começa a surgir a desconfiança, a aversão ao diferente, e a escassear a empatia. 


Não precisamos de seguir de mãos dadas, mas é um imperativo que sigamos de braços estendidos à diferença.


Rui Alves


  • Data: 21 de Maio de 2025
  • Autor: Rui Alves

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